23 janeiro 2006

Maracatu Cearense

Se For pra Homenagear o Negro, Pode Vir que o Maracatu o Coroa.
Caroliny Braga

Uma figura de 82 anos de idade, que carrega, a rigor, o Maracatu cearense há 65. Mestre Juca, com a humildade de um aprendiz, não conseguiu, de antemão, achar motivo para ter sido escolhido Mestre da Cultura no Ceará, em março desse ano. “Mas quer saber mesmo, minha flor, não é todo mundo que olha pr’uma estrela e sabe o que ela está dizendo”, num segundo momento, rendendo-se ao título.
Mestre Juca desfila, em cortejo de homenagens aos irmãos negros da África, desde 1940, quatro anos posteriores à vinda desse ritmo de Pernambuco ao Ceará, trazido por Raimundo Alves Feitosa. “E que felicidade me trouxe aquele batuque, viu. Nem é preciso um bater da pestana, pra lembrar da alegria que Mestre Raimundo Nego me causou naquela época”. No tempo, o tecelão cearense veio de Recife com a idéia de criar seu próprio maracatu. E criou. Foi quando surgiu o Az de Ouro, o primeiro do Estado, que tem, hoje, como Presidente de Honra Mestre Juca do Balaio.
O Maracatu – que, em termos da linguagem Banto, significa ‘ir além’ – é uma dança dramática que interpreta os impérios portugueses e as instituições clássicas da Europa que laureavam, anualmente, seus reis, convergindo às tradições africanas. O ato procede da Nação do Rei do Congo. Criada no final do século XVII, a Nação reproduzia o ato dos Congos, através de encenações, músicas e danças. E, em Fortaleza, os escravos coroavam seus reis e rainhas às portas da Igreja Homônima, na Praça dos Leões.Dá licença, que essa loa está passando pra mais gente.
Atualmente, na cidade, oito grupos divulgam essa cultura. Az de Ouro, Rei de Paus, Vozes da África, Oba-Oba, Nação Fortaleza, Nação Iracema, Rei Zumbi e Quizumba desfilam seus cortejos, na Avenida Domingos Olímpio, no Centro de Fortaleza, durante o Carnaval. “Mas é preciso que se saiba: as loas encantadoras do Maracatu vêm sendo, a cada dia que passa, mais valorizadas pelas instituições que se preocupam em valorizar essa cultura.
O Maracatu já é visto com mais freqüência, nessa cidade”, observa a pesquisadora da tradicional cultura, Roberta Bonfim. O ritmo, de fato, anda percorrendo, por assim dizer, em ‘alas mais largas’. “Eu trabalho no Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio a Micros e Pequenas Empresas) e estudo na Unifor (Universidade de Fortaleza). No dia 13 de maio desse ano, as duas instituições prestaram homenagens ao Maracatu, num festejo à abolição da escravatura no país. Tributos muito bem direcionados”, lembra Sofia Távora.

Mestre Juca do Balaio


Mas o compasso que, hoje, está agregando um número maior de fiéis, passou por transformação. Antes dos anos 50, o Maracatu Cearense era tão acelerado e instantâneo feito a dança do Coco. Depois disso, ganhou fleuma e dolência. E o que se escuta, quando se ouve as caixas, os bumbos, os chocalhos e o triângulo do Maracatu daqui, é um som seco e alto, numa cadência bem arrastada. “Tem até um grupo de capoeira que desfila junta com a gente, sabe, fazendo um batuque com pedaços de paus, trazendo o Baculelê, dança afro-brasileira. A inovação tudo tem a ver com o nosso Maracatu”, explica Mestre Juca.

Música do fim de semana....(pensando no show...que não vou...)

U2 - One

Is it getting better
Or do you feel the same?
Will it make it easier on you now
You got someone to blame?
One love,one life
When it's one need
In the night
One love
We get to share
It leaves you, baby
If you don't care for it
Did I disappoint you
Or leave a bad taste in your mouth?
You act like you never had love
And you want me to go without
Well, it's too late
Tonight
To drag your past out
Into the light
We're one
But we're not the same
We get to carry each other
Carry each other
One
Have you come here for forgiveness?
Have you come to raise the dead?
Have you come here to play Jesus
To the lepers in your head?
Did I ask too much?
More than a lot?
You gave me nothing now
It's all I got
We're one
But we're not the same
Well
We hurt each other
Then we do it again
You sad
Love is a temple
Love, is a higher law
Love is a temple
Love, is a higher law
You ask me to enter
But then you make me crawl
And I can't be holding on
To what you got
When all you got is hurt
One love
One blood
One life you got
To do what you should
One life
With each other
Sisters, brothers
One life
But we're not the same
We get to carry each other
Carry each other
One ... one
Uh, uh, uh, oh
Make, make it, make it
Ahh, ahh, oh
Ahh, ahh
And one
Ahh, ahh ... oh

3 comentários:

Lilic@ disse...

testando...

benechaves disse...

Oi, Shirley: finalmente consigo entrar aqui. E vou aos poucos lendo as novidades que vc postou. Coloquei agora o endereço nos 'favoritos' e sempre estarei dando uma espiadinha. Boa sorte e que vc resolva os problemas a contento.

Beijos calorosos...

Anônimo disse...

Parabéns por continuar mostrando, divulgando e incentivando as artes de sua terra! Seria tão bom termos outros blogueiros fazendo isso, promovendo uma mostra ampla de todas as belezas que temos nesta terra tão grande e tão nossa desconhecida!

Beijo.