22 fevereiro 2007


Marcelo Leite interpreta Noel Rosa e Cartola


Ao longo de sua carreira, o flautista Marcelo Leite fez apresentações em festivais de música em Fortaleza, em outras capitais brasileiras e em países da Europa. Marcelo Leite resolveu montar um repertório baseado na obra de dois dos mais importantes compositores brasileiros de todos os tempos, Noel Rosa e Cartola, tocando seus sambas e contado passagens das histórias de ambos.
Dias 25 de fevereiro, às 18h, no Auditório do Dragão do Mar.

Ingressos: R$ 2 (inteira) e R$ 1 (meia).

06 fevereiro 2007

MARACATU SOLAR

Sem lamê, sem lamentoO mais novo maracatu da cidade recupera a tradição dos anos 40 - um batuque rápido e certeiro. À frente, o maestro Descartes Gadelha, comandando a percussão. Os ensaios, abertos ao público, acontecem às terças, quartas e sábados na sede da ONG Solar

O som do ferro e do couro percutido do maracatu Solar pede passagem na avenida. À frente, comandando a massa, o artista plástico e músico Descartes Gadelha, responsável por inovações rítmicas do maracatu Nação Baobab, criado nos anos 90, e que influenciou outras agremiações. Os ensaios acontecem às terças, quartas e sábados no casarão que sedia a ONG Solar, ali na avenida da Universidade, quase em frente a Adufc - Associação dos Docentes da UFC. A Associação Cultural Solidariedade e Arte - Solar nasceu há menos de dois anos. Precisamente "um ano e oito meses, que a gente resolveu fazer esta experiência", conta o presidente, músico Pingo de Fortaleza. A casa, portas abertas a outras manifestações culturais. Vai abrigar, diz Pingo, uma oficina de bonecos ministrada por Babi Guedes, oficina e publicação de cordéis (já saiu um, O encontro de Mário Gomes com a alma de Zé Limeira, de Jair Moraes), e apoia o teatro, a exemplo do espetáculo do grupo Cavaleiros da Dama Pobreza. Além de Pingo, a ONG Solar tem ainda a livreira Mileide Flores (vice presidente), o poeta Alan Mendonça, o Amarildo (dono da loja Nordestinados), a coralista Tieta Pontes, o músico Wilton Matos, os batuqueiros da Caravana Cultural, o pessoal do Movimento Bacurim, Tembiú e Movimento Crítica Radical, o dramaturgo Ghil Brandão, a diretora do Theatro José de Alencar - Elisa Gunther, a arte-educadora Gislene Andrade, o músico Juliano Smith, a Regina Elizabeth, irmã do Pingo, Calé Alencar e Dilson Pinheiro... "São muitas pessoas mesmo", reforça Pingo.

A ONG Solar, vai explicando o presidente, reuniu "várias pessoas que já vinham desenvolvendo trabalhos coletivos na área da cultura e da cidadania". Entre as ações implementadas pela Solar estão a produção de eventos, como o Festival de Música da Meruoca e o de Icapuí, de "discos de outros colegas", e fez um mapeamento cultural da cidade. "Minha passagem pela Funcet foi uma aprendizagem", diz Pingo, que trabalhou seis meses no órgão de cultura municipal. "Saí com um compromisso maior e também entendi os limites do setor estatal. No terceiro setor, temos mais liberdade", reforça. Um dos objetivos da Solar é, explica Pingo, "dar encaminhamento à produção cultural com uma ação mais objetiva. A gente percebeu que precisava aglutinar mais gente numa dinâmica artística. E as coisas começaram a acontecer".

Uma das ações da Solar é o fortalecimento dos maracatus. "No Solar, fazemos o que não podemos fazer no Az de Ouro, que tem um compromisso com a tradição, e de quem somos filhos", diz Pingo, que chamou o incansável Descartes Gadelha para dar o tom e o toque da novíssima agremiação, a partir de uma pesquisa com ritmos da década de 40, um "batuque com muita liberdade de expressão", reforça Pingo. Sete da noite, enquanto Descartes Gadelha não chega para o ensaio, na cozinha do casarão - também barracão do Solar - a rainha do maracatu, atriz Eugênia Nogueira, conversa com o figurinista, animadíssimo com as compras que acabou de fazer. "Querida, fiz uma coisa bem prática, não sei se você vai gostar...", diz Jander Mendes, o Magaiver, enquanto abre a sacola com muitos cortes de tecidos em que o amarelo domina. "Uns panos bem afro, para as negras", fala Magaiver, arrematando: "Tudo na avenida tem que ser muito vistoso". Rapidinho, o criativo Magaiver veste Eugênia, enrola uns panos em seu corpo, improvisa um turbante com uma esteirinha de palha. Ficou incrível. Os recursos minguados exigem de contrapartida muita criatividade. Pois é o que se verá.

Lá no quintal, ventilado, é que acontecem os ensaios, propriamente. Chegando em cima da hora, Elisa Gunther. "Já saí no Az de Ouro e um ano no Nação Iracema. Mas, em 2007, vou de maracatu Solar. Eu nunca tinha vivido esta coisa da construção, do conjunto. De ver o maracatu nascer e crescer em cada ensaio. É um lindo trabalho coletivo, todo mundo contribuindo. Esta é a função principal da cultura tradicional popular: não é só o espetáculo, é a vivência e a expressão da criação. E aqui, a gente está tendo esta oportunidade", diz Elisa, que trouxe dois sobrinhos para vivenciar este novinho maracatu.

Carregando sua alfaia, vem chegando o griô - como diz o Pingo (griôs são os mestres africanos responsáveis por contar a história de sua gente para as novas gerações). Sim, o griô do maracatu, claro, é Descartes Gadelha - ele quem criou uma das mais incríveis inovações do maracatu, a chocalheira do Nação Baobab. A loa do Solar leva a assinatura dele mais Pingo de Fortaleza, Wilton Matos, Alan Mendonça e Inês Mapurunga. Para cantá-la na Domingos Olímpio, Pingo, Inês, Jordie Guedes, Wilton Matos e Marcvs Brito. Descartes Gadelha diz que inovação será esta. "Orson Welles gravou o maracatu do Raimundo Feitosa, o Raimundo Boca Aberta, quando esteve em Fortaleza, nos anos 40, para filmar It´s All True. É uma maravilha! O maracatu era lindo, alegre, pra cima, com seu batuque índio-africano. As bases da música do Ceará estão nas células rítmicas daquela gravação. Chorei, quando ouvi a voz do meu querido e velho amigo Raimundo. Escutei uma semana, e organizei a partitura".

Quer dizer então que nosso maracatu nem sempre teve esta batida lenta? "Uma coisa ruim, pra história do nosso carnaval, aconteceu em 1970, quando importamos, das escolas de samba do Rio de Janeiro, o vestuário luxuoso. O lamê, os paetês, os tecidos pesados, as armações pesadas das fantasias de luxo. E aí, abandonamos a leveza da chita por uma armação de ferro. O maracatu passou a ter este ar de procissão, solene, lento. A batida não era mais para acompanhar uma coreografia pulsante, mas para mostrar as fantasias, verdadeiros monumentos indançáveis. Daí nossa intenção de fazer um maracatu sem plumas e sem paetês. Sem lamê e sem lamento. Só alegria!". Pronto, o ensaio já vai começar. A moça que toca o xequerê, natural de São Paulo, espalha contentamento. "Adorei! Na minha terra não tem isso...". Ao lado dela, outros ritmistas, os tambores da Caravana Cultural, Pingo ao violão, puxando a loa, e o pulsar dos ferros poderosos - três triângulos, um chocalho grande, uma enxada sem o cabo.

A música é irresistível. Primeiro, os versos da loa, nua, só voz, e então, a um comando de Descartes Gadelha, o peso do batuque toma conta do quintal, a rainha evolui com seus panos coloridos e seu adereço leve de cabeça, o pessoal dança, homens, mulheres, crianças - um pai com sua filhinha ao colo se balança ao som acelerado do maracatu. Tudo muito bonito de ver e ouvir, na noite quase de lua cheia, o cheiro suave das flores cor de rosa da espirradeira (único verde do quintal cimentado), e as vozes em conjunto, cantando: "Na soleira do tempo/ eu, de chapéu de sol/ giro o vento, giro o mundo/ de batuque e farol". Quem resiste?

SERVIÇO

MARACATU SOLAR - ensaios na sede da ONG Solar: av. da Universidade, 2333 - quase em frente à Adufc. Terças e quartas, às 19h; sábados, a partir das 16h.

Blusas do Maracatu Solar

Compre a camisa do mais novo maracatu de Fortaleza: Maracatu SolarDesfile no Maracatu Solar na Av. Domingos Olimpio no dia 18, domingo de carnaval. Compre a blusa e venha maracatusambar!!

O desenho é uma obra de Descartes Gadelha

www.mirandacaru.fotoblog.uol.com.br/photo20070205004331.html

Apenas R$20,00 Vendas Limitadas

Compre pelo telefone( 085) 32261189 ou na sede do maracatu

fonte Jornal O Povo

01 fevereiro 2007

MUSEU DA CACHAÇA

Com mais de um século e meio de existência, a Ypióca é a própria história viva da indústria da cachaça no Ceará. Afinal, ela inaugurou, com grande festa, o mais completo museu da cachaça no mundo, localizado na primeira unidade fabril da Ypióca, em Maranguape, distante apenas 25 quilômetros de Fortaleza. Em sua chegada, você será recebido por um profissional que lhe abrirá as portas de um mundo espetacular, com moendas e máquinas antigas, incluindo o primeiro trator importado por empresa privada no Ceará, na década de 30.

Os freqüentadores já podem admirar o maior tonel de madeira do mundo, com capacidade para 374 mil litros, registrado no Guinnes Book.No entanto, a maior relíquia de todo o complexo é a Casa Grande, construída em estilo colonial em 1846.

Tonel de 374.000 litros

E o importante: todo esse valioso acervo histórico-cultural já faz parte de visitas regulares de escolas de primeiro e segundo graus de municípios vizinhos e de grupos de turistas, nacionais e internacionais, que comparam o Museu do Engenho às belezas naturais do Ceará.Para a Ypióca, preservar a história é tão importante quanto contribuir para a preservação do meio ambiente.

Horários, dúvidas e esclarecimentos: (085) 341.0407

VEJA MAIS... http://www.ypioca.com.br/port/principal.htm